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O HOMEM QUE LIQÜIDOU UM TROVÃO A TIRO DE CLAVINOTE
O tabaréu vestiu a capa boiadeira, que trazia na garupa da cela, a fim de proteger da chuva o clavinote que carregava para o caso de uma emergência. Já havia cortado muito sertão, quando uma chuva torrencial, com muitos ventos, raios, relâmpagos e trovões desabou sobre a terra, deixando o viajante apreensivo. A certo ponto da estrada, após um relâmpago incendiário ter cortado o céu de norte a sul, avistou a sua frente duas montanhas em forma de bola de neve - uma monumental, grandalhona, estúpida, e outra menorzinha - que tomavam quase toda a totalidade da estrada. O homem, ao se aproximar das inusitadas bolas, teve a impressão de não haver condição de passagem, pois a bola grande tomava mais da metade do caminho, e a menorzinha, por sua vez, não lhe permitia esgueirar-se pelo lado direito do terreno, que era esconso, despenhoso. Delorido da Silva, muito assustado, indagou, como se interrogasse uma pessoa:
– Quem vem lá? É de paz?...
Nenhuma resposta. Mas, a seu ver, as bolas passaram a se mover em sua direção. Teve mesmo a sensação de ter ouvido estas palavras saídas da boca de uma delas:
– Pega ele, pega ele!...
* * *
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